O Bruxo,
por ele mesmo

Não me parece que podemos mais nos dar ao luxo de apenas repetir, sem nenhum questionamento, a Cosmovisão que absorvemos por meio daquelas influências que não controlamos - família, cultura, sociedade. Nós já passamos tempo demais ignorando ou recalcando aquilo que grita para ser visto e elaborado. As Almas gritam, Mulheres e Homens gritam, a Feminilidade grita, a Terra grita. Forjar sentido nunca pareceu tão necessário, porém, não um sentido enraizado em uma imagem pueril da Criação e da Existência, mas um sentido adulto, avançando além da ingenuidade da infância espiritual. E para isso, é necessário, primeiro, olhar para o que chamamos vulgarmente de luzes e sombras, mas o trabalho mágicko que busca abandonar a infância espiritual, demanda encarar os Mistérios da Escuridão além de luz e sombra.
O meu trabalho com a Magia tem estreita relação com esse processo, justamente por que eu tive (e tenho) de fazê-lo comigo mesmo, a fim de "desinstalar" uma série de estados psíquicos e de crenças rígidas. Naturalmente lido com isso constantemente, pois a lista de falhas e aspectos para transmutar é enorme. E é por isso que nos sistemas que proponho, nós trabalhamos paulatinamente para chegar em NOX, e defino minha linha mágicka como de ascendência Cabalística, porém em uma abordagem Ofídico-Draconiana - e meu trabalho enquanto Artista não me deixaria negar isso. Eu bebo abundantemente na Cabalá tradicional, especialmente a Luriânica, conforme elaborada pelo rabbi Isaac Luria (salve o Leão) e no posterior desenvolvimento herético de seus preceitos (com Ibn Tabul, Natan de Gaza e Shabatai Tzevi), e cruzo esse conteúdo com o trabalho de autores modernos e contemporâneos dentro da Via Noturna (Kenneth Grant, Linda Falorio, Thomas Karlsson, Michael W. Ford, Asenath Mason, NAA 218, etc.).
Aprendi muito como membro ativo da AMORC e do Colégio dos Magos, mas confesso que minha aproximação com a Magia do Caos e posteriormente com a Via Noturna, a necessidade da experiência particular passou a pulsar com tal intensidade, que me pareceu mais justo - comigo e com os frateres e sorores de Ordem - buscar trilhar a Senda em plena abertura para as experiências. Desde então, vai-se cerca de uma década e meia de estudo, prática e trocas no âmbito das Artes Ocultas.
Acredito que o trabalho em si deve ser a grande prova - e em muitos sentidos esse site corporifica a interface desse trabalho. Meu maior objetivo com os meus projetos ativos é que você se assenhore de Si, torne-se um com sua Vontade, e obtenha mapas e ferramentas para encontrar e re-integrar as tuas partes perdidas e, quem sabe, ser capaz de encarar a Escuridão Primordial.
Afinal, o Sagrado compreende o paradoxal e a ambivalência e pelos meios adequados, podemos transcender até mesmo as mais terríveis antinomias em direção ao Amor e ao Encontro, logo, ao Êxtase!
Douglas Verden
In Nomine Serpentis
